quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fim Do Dia..









Em encontro marcado,

Reencontro-me com a noite,

Estás ainda mais linda...

Estás ainda mais negra...

Estás ainda mais só,

Ainda és noite,

Ainda és minha...

Aonde percorri a vastidão dos teus medos,

E os meandros de seus becos,

E aonde guardei meu sorriso,

E afoguei meus sonhos,

Como vai! Noite...

Noite de bêbados,

De vadias,

De vândalos,

Noites em que a própria lua foge,

Em que minhas lágrimas fazem molhar o chão,

Noites de inverno...

Ou acaso seriam noites no inferno...

Aonde me perco de sorrisos,

E me aproximo de sussurros,

O sussurro dos mártires da noite,

Que com seu manto se vestiram para a eternidade,

De raiva...

De ira...

De dor e de cólera,

E sentiram os estampidos na noite.

Estampidos de bala...

Que rasgaram as consciências infortunas,

Pobres...

Como meus dias,

Que agora são menores...

Pois se acautelam em noites cada vez maiores...

Mais longas,

Mais negras,

Mais frias,

E muito mais aconchegantes...

E muito mais sinceras,

Do que as hipocrisias do dia...

Danem-se os dias...

Morram nas noites.

Ninguém sentirá a falta.

Sérgio Ildefonso

18.07.2010

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