Silfos ou gnomos tocam...
Roçam nos pinheiras
Sombras e bafos leves
Ondulam como em voltas
De estradas não sei onde,
Ou como alguém que entre árvores
Forma longínqua e incerta
Mas ouço, e quase choro,
Por que choro não sei.
Tão ténue melodia
Que mal sei se ela existe
Ou se é só o crespúsculo,
Os pinhais ou se está triste.
Esquece a forma aos seus ais...
E agora por haver mais músicas
Mas daquelas dos pinheirais.
(Poesia de Autor: Fernando Pessoa)
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