quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Soneto ao Recanto..




Num recanto sem data e sem ternura,

E mais, sem pretensão a ser recanto,

Descobri em teu corpo o amargo canto

De que despenca para a desventura.



Há nos recantos sempre uma segura

Desvantagem de unir o desencanto

E é por isso talvez que não me espanto

De ali perder teu corpo e a ventura.



De viver entre atento e descuidado,

Mirando o pardo tédio que descansa

Nos subúrbios do amor desmantelado.



E só para ganhar mais espessura

Eu resolvi fazer esta lembrança

De um recanto sem data e sem ternura.



Carlos Pena

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