Quando se trocam hálitos e beijos
E as mãos irrequietas de desejos
Não têm pouso certo para ficar,
Quando o sangue sentimos fervilhar
Nos estreitos abraços que trocamos,
É tempo de nos dar a quem amamos
Num esplendor (perturbado) de sentidos
Em que a mistura dos nossos gemidos
Engrandece e sublima tanto amar.
Nesses ternos momentos, nos melhores;
Quando a fusão dos corpos é total
E o fulgor dos olhares é crucial
P’ra transmitir de nós ternura imensa,
As almas brilham com uma luz intensa
É então plena a glória dos amantes;
Que o desejo é fugaz e em instantes
Fica rendido às regras do desfecho
Mas fazermos amor é só um trecho
Do bonito romance que é amar
Eugénio de Sá
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