A vida terrena com suas tramas
Nos amarra
Às suas (nossas) cadeiras
.
Às vezes
A beira de precipícios
Abertos dentro de nós mesmos
.
Às vezes a beira de um infinito mar...
Mas algo dentro de nós
Nos desafia e grita: Vá!
.
Medrosos
Olhamos o mar
As ondas
O profundo
O insondável
O desconhecido
E trememos
Receosos pelo que se esconde
Alem da nossa visão limitada
.
Medo de um oculto
Que tememos apenas por desconhecer...
O paraíso pode ser logo ali
No fundo do que chamamos de precipício...
E ao primeiro mergulho
Uma Atlântida poderá surgir diante dos nossos olhos...
.
Mas paralisamos
Sem ar
Sem forças
Amarrados a uma cadeira de ossos
Estofada de carne e gordura
Com sangue a aquecê-la...
.
Quem me dera tivesse coragem de águia
Para atravessar esses abismos de olhos fechados
E não temer a morte
Nem o fim
Nem a destruição
Da minha cadeira confortável
Que me agarro com tanto empenho
.
Agradeço a cadeira
Me levanto
Ergo os braços...E salto
Logo aqui...O infinito me espera...
(Edolesia Andreazza)
Nenhum comentário:
Postar um comentário