quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Eu sou essa pessoa, a quem o vento chama,


a que não se recusa a esse final convite,

em máquinas de adeus, sem tentação de volta.



Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza.

Eu sou essa pessoa a quem o vento leva:

iá de horizonte libertada, mas sozinha.



Se a Beleza sonhada é maior que a vivente,

dizei-me:não quereis ou não sabeis ser sonho?

Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga.



Pelos mundos do vento, em meus cílios guardadas

vão as medidas que separam os abraços.

Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:



"Agora és livre, se ainda recordas."



Cecília Meireles

in 'Solombra'
 Mens.enviada:sun;a imagem que acompanha poesia desconheço o artista..

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